Bill Condon reflete sobre como Robert Pattinson e Kristen Stewart o surpreenderam em ‘Breaking Dawn’
Poucos diretores podem dizer que fizeram vários filmes para uma mesma franquia tão adorada. Pode ser rentável para a maioria dos estúdios de Hollywood, mas é uma raridade. Neste século nós tivemos os três filmes de Senhor Dos Anéis com Peter Jackson, o Matrix Reloaded e Matrix Revolutions de Wachowskis e mais recentemente, o segundo e terceiro Piratas do Caribe, grande sucesso do cinema, de Gore Verbinski. Jackson está de volta com duas produções de “Hobbit”, mas o último cineasta a se juntar ao clube exclusivo é ninguém menos que o vencedor da Award Academy Bill Condon. O homem responsável pelos aclamados filmes como “Kinsey,” “Dreamgirls” e “Gods and Monsters” adentrou o mundo Twilight de Stephenie Meyer com A Saga Crepúsculo – Amanhecer Parte 1 e A Saga Crepúsculo – Amanhecer Parte 2. O primeiro filme da franquia chega aos cinemas no próximo mês e, não surpreendentemente, uma votação pré-lançamento mostra que o interesse na vida de Bella e Edward Cullen não tem diminuído, já que Eclipse foi lançado 16 meses atrás.
Conheci Bill apenas algumas semanas depois que ele voltou de Sundance e da estréia de “Gods and Monsters” (isso foi lá atrás, em 1998, para aqueles de vocês que estão brincando em casa). Muita coisa aconteceu desde então, mas em meio a uma tonelada de sucessos nos telões e depois de co-produzir a melhor transmissão do Oscar da última década (sem viés, é a verdade), nada poderia tê-lo preparado para o salto sobre o trem “Twilight”. Com Amanhecer Parte 1 concluído e à apenas algumas semanas da estréia, Bill foi gentil o suficiente para saltar sobre o telefone nesta manhã e bater um papo sobre o passeio até o momento.
Parabéns por terminar Amanhecer Parte 1. Você considera essa a marca de “meio caminho andado”?
Oh, facilmente, mais do que isso, porque nós filmamos ambos os filmes em sequência. Eu tenho um corte muito bom do segundo filme, então estamos na marca ¾ ou mais. Comecei isso com apenas esboços, então sim, quase lá.
Você se vê na reta final?
Sim.
Sim.
A maioria dos cinéfilos e fãs de ‘Crepúsculo’ não perceberiam que você vem de um trabalho em outro filme em que havia essa base de fãs hardcore. Em ‘Dreamgirls’ havia muita pressão para obter um “está bem” dos fãs. Você tirou algo disso antes de você trabalhar em ‘Breaking Dawn’?
Essa é uma pergunta realmente interessante e eu suspeito que é parte do apelo de se envolver com isso. Quando você trabalha em algo que tem uma enorme base de fãs existe o potencial para um monte de armadilhas, mas há essa incrível emoção de ver esse tipo de filme com tanta audiência. Se de alguma forma você se conectar com os sonhos desse público sobre como as coisas poderiam ser, acho que há uma antecipação especial que você não encontra na experiência cotidiana de um frequentador de cinema. Eu me pergunto, eu não tinha pensado nisso antes, mas isso é provavelmente parte do que me animou sobre como fazer isso. Mas sim, existe esse tipo de coisa que você tem sobre seu ombro de tentar – você só pode fazer isso do seu jeito e de sua própria perspectiva do que é o material, mas como isso significa muio para tantas pessoas você espera explorar o inconsciente coletivo e visualizá-lo em uma maneira que você pode imaginar isso. Ou algumas vezes diferente, mas pelo menos satisfatoriamente.
Até o momento está mais para você ter feito um filme de quatro horas de duração, talvez mais de quatro horas?
Pouco menos.
Estou curioso, qualquer um pode consultar outros cineastas que fizeram filmes em sequência ou produtores que fizeram filmes que eles sabiam que levariam seis meses para filmar e apresentariam um longo e elaborado processo de edição. Neste ponto, de qualquer forma, tem sido um esforço maior do que você pensou, ou mais fácil?
Eu diria que é exatamente no meio disso. É cansativo passar seis meses filmando, sem dúvida. Mas não foi – as pessoas pensaram que seria confuso voltar e avançar ao gravar as cenas em um dia entre o filme um e o filme dois, mas não foi porque o segundo filme começa no momento em que o primeiro termina. É um filme longo, sem contar os créditos talvez tenha umas 3 horas e meia de duração. E foi isso que fiz no começo. Eu coloquei os dois roteiros juntos. Então, não se trata de onde uma cena veio, foi toda essa história contínua, devo dizer.
Você está falando sobre o salto entre um filme e outro, isso tornou difícil acrescentar coisas ou ser espontâneo no set?
Não, de forma alguma. Eu acho que muito disso aconteceu. Eu ensaiei. Eu falei sobre o roteiro com os atores principais por muitas, muitas semanas e certamente com todos os outros durante suas cenas, mas você chega no set e, meu Deus, um dia fácil tinha uma cena com apenas 9 vampiros lá. Então haviam os dias difíceis com 27 vampiros, entende? Certamente naquelas cenas com os Cullen, devido ao desafio de ter tantas pessoas que tem tantas coisas importantes a fazer, era sempre tipo “como vamos aliviar isso? Como lembrar que essas pessoas são reais?” então, isso se tornou um exercício divertido no set. Você tem sempre que estar aberto a esses momentos, porque são estes momentos que se tornam mais memoráveis.
Você fala sobre uma cena em que você tem 27 vampiros no set e eu acredito que no segundo filme há mais peças do que no primeiro. Estou correto?
Sim, eu diria que é verdade. Absolutamente.
É engraçado, eu acho que alguns fãs teriam receio porque alguns de seus trabalhos anteriores fazendo ‘Dreamgirls’ ou produzindo a cerimônia do Oscar, mas meu palpite seria, que aqueles projetos em que você tem números tão elaborados ou cenas que precisam ser trabalhadas, isso torna mais fácil algumas das cenas de ação neste filme?
Eu acho que provavelmente você está certo e não é só ação. Como qualquer um que tenha lido o romance sabe, nós terminados em uma grande cena com talvez 27 ou 30 vampiros em um lado, auxiliados por uma dúzia de lobos contra 80 vampiros do outro lado nesse grande confronto. É mais uma discussão, mas o ar dramático está intenso ali. E isso foi quase como estar encenando um espetáculo em um palco, porque nós gravamos aquilo por um mês, sem contar toda a segunda parte. Com a sensação de espetáculo se movendo com fluidez por lá, eu senti como se eu estivesse chamando as minhas raízes musicais lá.
Você usou storyboard neste filme mais do que em qualquer outro que você fez antes?
Sim, bem, é um filme de efeitos. Nós temos tantos efeitos quanto “Avatar” ou mais nos dois filmes juntos. Especialmente com grandes coisas como os lobos ou renesmee e os poderes de todos eles, então isso levou a muitas pré-visualizações também, de modo que você realmente tem uma idéia do que precisa e o que as empresas de efeitos visuais estarão fazendo o trabalho.
Você realmente não teve muitos filmes com uma boa dose de efeitos visuais anteriormente. Foi excitante trabalhar dessa forma?
Foi. Porque, convenhamos, há tanto que se pode fazer agora e eu acho que nossos efeitos mais espetaculares… eu não acho que vale a pena falar antes da estréia do filme, mas é o que acontece com Bella na segunda metade de Amanhecer Parte 1, e é simplesmente real. Se você estivesse fazendo um filme real sobre uma gravidez vampiresca e não houvesse outros vampiros envolvidos – se você estivesse fazendo “O Bebê de Rosemary” hoje – só as coisas sutis que você pode fazer para realmente comunicar o sentido de um corpo sob ataque e cada vez mais fraco? É extraordinário. Então, aprender essas coisas foi um dos grandes prazeres de fazer este filme.
Bem, algo que daria a qualquer diretor uma “travada” seria o fato de você ser o quarto diretor com que esses atores trabalharam. Na TV, onde os diretores vem e vão, sempre se houve o ator dizer “ É, o diretor simplesmente me disse onde ficar. Eu conheço o personagem.” Quão abertos os atores estavam para realmente serem mais dirigidos do que você esperaria?
Bem, eu não sei sobre o mais, mas certamente explorando comigo eles foram incrivelmente receptivos. Eu sei, eu continuo avisando que “Twilight, cresceu”, mas de uma certa forma ele está crescendo mesmo. Todos os personagens tomam passos tremendos nessa história e isso é parte do que me atraiu para o material, para colaborar com Kristen Stewart quando ela vai da Bella que conhecemos nos três primeiros filmes à noiva, sendo alguém que finalmente faz sexo, fica grávida, adoece, dá a luz, morre, se torna vampira, se torna uma guerreira? Só pense nessa jornada. Eu acho que para nenhum deles isso foi como fazer a mesma coisa de sempre. Jacob se torna um homem nesse filme. Ele deixa de ser a terceira perna de um triângulo e se liberta disso e de seu plano de fundo, e de sua família e de seu bando e se torna seu próprio eu. Então, essa foi uma jornada em que todos os atores estavam ansiosos e abertos a colaborar.
Algum ator o surpreendeu?
Acredito que o public se surpreenderá com todos eles. Em geral, Kristen tem uma jornada grandiosa a seguir, e assisti-la tornar-se feroz, protetora, e poderosa figura materna? Eu acho que surpreenderá as pessoas. Taylor me surpreendeu com seu comprometimento e nos lugares sombrios que ele enfrentou neste filme. E Rob, acho que há uma sensação de que ele relaxou nessa parte e finalmente se dispôs a mostrar mais de si mesmo. Seu charme próprio, inteligência e graça estão em evidência neste filme. Surpreendeu-me a forma como ele parecia relaxado em algo que ele lutou um pouco contra antes.
Você comenta que pensa sobre isso como “Twilight cresceu” por causa dos eventos que acontecem no filme. Tem algo que você tenha feito com os vampiros ou lobisomens que retrata isso? Eles são mais sinistros ou assustadores?
Eu acho que isso certamente entra em jogo no segundo filme. Esses filmes até agora têm lidado com esses vegetarianos que não atacam humanos, exceto por alguns dos recém-criados no último filme e algumas das pessoas nos dois primeiros, mas aqui há uma coleção do mundoi nteiro de vampiros com dons específicos. Então, eu acho que sim, houve uma sensação de talvez se ver um lado mais obscuro deles. E eu também acho que nós gastamos um bocado mais de tempo no último filme com Aro e seu mais publicamente sinistro grupo de Volturi.
Acho que você sabe disso, mas eu estava no set de New Moon quando eles gravaram aquelas primeiras cenas com Michael Sheen e os Volturi e isso pareceu na hora que isso foi a coisa pais divertida pra ele interpretar esse personagem. Ele estava levando na esportiva quando você trabalhou com ele?
Sim, estava. O grupo todo. Foi interessante, pois você passava muito tempo só com Rob, Kristen e Taylor e então os Cullen. E há um momento que é o momento dos Volturi, e isso trouxe uma vibe completamente diferente. É acampamento britânico no seu melhor. Não quero dizer acampamento de uma maneira ruim, digo apenas que eram pessoas tendo uma explosão e sendo muito talentosas o tempo todo.
Uma das outras coisas que é interessante para os fãs de seu trabalho e fãs do primeiro filme é que esta é a primeira vez que você trabalhou com Carter Burwell desde “Kinsey”, certo?
Sim, isso mesmo.
Sim, isso mesmo.
Eu sei que as duas últimas composições foram em direções radicalmente diferentes do primeiro filme, mas o que você quer fazer com a composição para estes dois filmes?
Em primeiro lugar, eu estava tão emocionado por Carter querer fazer isso de novo, mas Carter é alguém tão original que para ele não se trata de repetir ou retornar ao som de Twilight. Aquela foi uma música específica para uma história de adolescentes e eu penso que você vai achar que é mais romântica e mais exuberante. No entanto, eu sempre penso nesse quarto filme como um suporte para o primeiro e isso nos deu a chance de brincar em torno de Bella’s Lullaby, o tema que ele desenvolveu para o primeiro filme e tornar isso um círculo completo, pois obviamente as coisas estão se completando para Bella. Em geral, uma das coisas que é consistente em todas as diferentes abordagens que Carter está tomando – e ele está absorvendo detalhes do que ele vê – mas isso aconteceu várias e várias vezes. É emocionante. Isso aconteceu comigo quando eu ouvi esboços e quando estávamos em Londres gravando a composição, ele foi um melhor amigo de um ator. Eu vi isso acontecer com “Gods and Monsters” e “Kinsey” e vi isso acontecer aqui. (Ele pode) chegar tão fundo em um personagem e isso simplesmente completa uma performance e traz a tona o que está acontecendo lá no fundo. Acho que ele é uma arma escondida. Eu acho que os atores devem solicitá-lo no seu contrato. Ele é extraordinário nisso.
Os fãs irão reconhecer Bella’s Lullaby, eu estou supondo?
Sim, ela definitivamente tem uma participação.
Sim, ela definitivamente tem uma participação.
Há alguma trilha que se repete através do filme?
Se eu disser que há três, eu provavelmente quero dizer cinco. Há uma trila para Renesmee que realmente vem a ser consolidada no filme dois que é bastante proeminente no filme um. Há uma trilha romântica de Bella / Edward que toca muito na primeira metade do filme. Há uma trilha de Jacob e há uma trilha que sugere o amor de todos em torno de Bella no casamento, especialmente de seus pais e isso é realmente adorável. Eu provavelmente estou esquecendo uma, mas essas são as grandes trilhas.
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