9 de novembro de 2011

Talvez Seja Amor- Capitulo 1


Boa Tarde Pessoal!!!
E Como Prometido, ai vem o primeiro Capitulo de "Talvez Seja Amor"...Boa Leitura...

Capitulo 1


Quase dois anos atrás…


POV BELLA
Sentada na cama, tentava me concentrar na leitura de Memórias da Casa dos Mortos. Sem sucesso. Estava muito irritada. Mas isso já havia virado rotina. Dizem que é a fase, normal para adolescentes como eu, com quinze anos. Mas hoje a minha irritação tinha nome e motivo.
Meus pais estavam pensando em mudar de cidade, e sequer se deram o trabalho de questionar a mim e a minha irmã qual a nossa opinião sobre a mudança iminente. Meu pai, Charlie, faria na manhã seguinte uma entrevista de emprego num renomado jornal da cidade de Sacramento. Charlie era Diretor de Redação da Los Angeles Daily News, mas ultimamente as coisas não andavam bem por lá. Minha mãe, Renée, trabalhava como corretora de imóveis, embora ainda em início de carreira. Na verdade não havia necessidade da minha mãe trabalhar. Quando Charlie fora promovido quis que Renée parasse de trabalhar, mas claro que ela não faria isso. Parar de trabalhar para cuidar da casa e das filhas não fazia parte de sua personalidade. E Rosalie e eu sempre nos viramos em casa enquanto nossos pais trabalhavam.
Por falar na minha irmã.
- Bella? Você está acordada? – ouvi uma batida leve e a sua voz do outro lado da porta.
- Estou. O que você quer? – perguntei, fechando o livro em minhas mãos.
- Conversar com você. Abra a porta. – pediu em tom de ordem.
- Estou tentando dormir Rose. – informei.
- Se está tentando, não está dormindo. Então abra a porta. Sou sua irmã mais velha, portanto mando em você.
- Vai sonhando! – ri com sarcasmo. Rosalie sabia como me irritar com esses discursos de irmã mais velha.
- Anda, Bella. Abre isso logo. Só quero conversar por cinco minutos, não vou demorar. – disse ela um pouco impaciente.
- Vou contar no relógio. – bufei, levantando-me e indo em direção a porta para abrir para ela.
- Você tem quatro minutos e cinqüenta e três segundos para falar. Diga. – falei ao abrir, em seguida voltando para a minha cama.
- Deus, como você é chata, garota. – reclamou ao entrar e fechar a porta atrás de si. – Vou ser breve. – ela suspirou. – Bem, eu estava pensando… acho que não vou mais apoiar você nessa história de tentar fazer a mãe e o pai desistirem de ir para Sacramento. – disse ao se aproximar e se sentando na ponta da cama.
- O que? – inquiri incrédula. – Não acredito Rose. Você… você não pode fazer isso!
- Pensei bem e acho que é uma boa cidade para se viver. – disse ela em um tom apologético.
- Por que você mudou de idéia? – perguntei. Após o seu silêncio, minha ficha então caiu. – Eu deveria ter imaginado. Não sei como fui tão idiota em pensar que poderia contar com você. – sorri para ela com deboche. – Claro que você decidiu ir agora, não é? Já que o Dean terminou com você para ficar com outra. Agora não há mais nada aqui que te prenda! – alterei a voz.
- Não é por isso sua idiota! Você sabe que eu nunca gostei do Dean. E nem estávamos namorando. Eu não me importo com quem ele está saindo. De onde você tirou isso? – ela perguntou.
- A escola toda sabe que ele está agora com a Penny quando semana passada ele ainda saía com você. – gritei, apontando um dedo para ela. – Todos estão comentando sobre isso.
- Dean foi um passatempo, e a Penny é uma vadia que sempre fica com os caras depois que eu os descarto. E não me afeta o que o resto da escola está falando sobre mim. Aposto que é ela quem está espalhando isso. –refletiu. – Bom, mas não é sobre isso que estamos discutindo. – ela olhou para mim. – Bella, você não entende? As coisas não estão boas na empresa que o nosso pai trabalha. Você quer que ele fique desempregado? O pior, sem grana?
- Claro que não, Rose. Mas por que ir embora? – questionei. – Há muitas alternativas. Muitas que não necessitam mudar de cidade. O nosso pai tem um excelente currículo, ocupava um cargo de prestígio na Los Angeles Daily News. Tenho certeza que várias empresas se interessariam em contratá-lo.
Rosalie revirou os olhos.
- E seria um bom emprego? – inquiriu. – O papai ganhava muito bem, Bella. Começou de baixo, mas foi crescendo na empresa e se tornou hoje um respeitado e competente diretor. Mas em qualquer outro lugar que ele começar agora, não vai ser assim. Terá que começar do zero novamente. E Los Angeles é muito mais concorrida que Sacramento.
- Então é com isso que você está preocupada, não é? Que ele ganhe pouco? – ri sem humor. – E então você vai dar adeus ao cartão de crédito, esquecer a idéia de ter um carro. Não é isso Rosalie Lilian? – quando brigávamos, sempre a chamava pelo nome e o nome do meio.
- Claro que não, Isabella. – pronunciou meu nome com desdém. – Quer dizer, claro que me preocupo com isso também. Afinal, poderemos ficar sem roupas novas, sapatos, ir ao cabeleireiro. E quanto ao carro, papai prometeu me dar quando eu completasse dezesseis anos. E eu já estou com dezessete!
- Claro que não. Você sequer conseguiu tirar a carteira, sua burra. Foi reprovada. – comecei a rir ao me recordar o dia em que ela chegou em casa após receber a notícia de que não conseguira passar no exame.
- Olhe aqui… – ela apontou um dedo no meu rosto. – Não me chame de burra!
- Rose, eu posso ter apenas quinze anos, mas sou mais inteligente que você. – continuei rindo.
- Se enxerga, garota. Você é a pessoa mais imatura com quinze anos de idade que eu conheço.
- Ok. Seus cinco minutos acabaram. Saia. – ordenei, me levantando para abrir a porta para ela sair.
- Tudo bem. – ela se levantou da cama. – O recado está dado. Vou apoiar a mãe e o pai caso eles decidam que iremos para Sacramento. – completou, saindo do meu quarto. Fechei a porta com força quando ela passou.
Deitei-me na cama e enrolei-me debaixo dos lençóis.
Agora nem Rosalie estava do meu lado. Como eu faria se eram três contra um? Eu não quero ir embora. Aqui é meu lugar. Onde estão as minhas amigas, a minha escola, o curso de teatro da escola que eu tanto adoro fazer parte.
Eu não posso aceitar isso. Eu não quero e não vou me mudar. Precisava fazer alguma coisa. Agir o quanto antes.
Fora então que uma saída surgiu em minha mente. Lembrei do folheto que pegara dias atrás no quadro de avisos da escola. Era sobre um teste que fariam em Bervely Hills para selecionar jovens que queriam tornar-se atores profissionais. Aqueles que fossem selecionados, seria incorporado ao grupo, ganharia remuneração e ainda teria direito a alojamento. E eu tinha convicção que não era tão ruim assim atuando. Nas minhas apresentações em peças de teatro na escola, eu costumava ouvir as pessoas tecendo-me elogios, dizendo que eu poderia ter um futuro brilhante. O nosso professor, o Sr. Gottan era um deles.
Decidi que iria nesse teste. Não avisaria a ninguém em minha casa, incluindo a minha mãe, que era a quem eu sempre confiei sobre tudo. E caso conseguisse passar, ninguém poderia me obrigar a me mudar.
Dormi muito mal aquela noite, provavelmente apenas três horas. E o pouco que dormi deixou-me atrasada para o teste. O som do despertador não me acordara e quando olhei o relógio faltava apenas uma hora para eu estar em Beverly Hills. Foi quando lembrei que não sabia como chegaria até lá. Não tinha muito que pensar. Sabia dirigir, mas não tinha idade e nem um automóvel, o jeito seria pegar um táxi, o que significava dar adeus as minhas economias. Los Angeles era uma cidade muito grande e por aqui não havia muito transporte público, e poucos taxis. A maioria das pessoas tinha carro.
Levantei-me às pressas da cama, dispensando o banho e indo trocar de roupa. Não comi nada, ou me atrasaria ainda mais. O tempo estava contra mim. Olhei com aflição o relógio, notando que tinha agora quarenta e cinco minutos. Beverly Hills não era muito longe, e caso não conseguisse chegar na hora marcada, poderia culpar o trânsito.
A casa estava vazia quando saí correndo na esperança de encontrar rápido um táxi pelo caminho. Não podia acreditar que eu tinha perdido a hora. “Calma Bella, você vai conseguir. Calma” verbalizei, tomando como mantra. Corri pelas ruas, tentando manter a atenção em cada passo que eu dava cuidadosamente, evitando tropeçar em algo ou esbarrar em alguém. Não obtivera muito êxito nisso. Eu era um pouco desastrada, tinha que confessar. Ralei o braço por diversas vezes nos muros das casas, deixando-me com alguns arranhões, esbarrei em árvores, arbustos, quase atropelei uma senhora que saía de um supermercado segurando um carrinho de compras, que milagrosamente freei os passos a tempo de pular por cima do carrinho, caindo por cima do outro lado da calçada com o joelho no chão, deixando sujo o meu jeans.
- Ótimo. – suspirei.
Enquanto tentava me levantar, proferindo alguns palavrões em voz baixa, senti mãos frias me ajudando a ficar de pé. No susto com o contato, me virei num rompante para verificar o ser que me ajudara. Quando vi, não acreditei. Até sorri. Afinal, nem tudo estava contra mim. Era um taxista, saindo do supermercado segurando em uma das mãos uma coca-cola gelada e na outra um sanduíche.
- A senhorita está bem? – perguntou o taxista com um semblante preocupado.
- Sim. Está tudo bem. Er… seu taxi está livre? – perguntei.
- Depois que eu comer, sim. – respondeu, abocanhando em seguida o sanduíche.
Esperar ele terminar de comer?
- Acho que bati com a cabeça. Estou sentindo um galo enorme crescer em minha testa. – comecei com o teatro, colocando a mão na cabeça e fazendo uma expressão de dor.
- Onde? Deixe-me ver. – pediu o velho.
- Não. Não toque! – dei um passo para trás, me afastando. Se ele tocasse veria que não havia galo nenhum ali. – Por acaso você é médico? – perguntei. – E sua mão também não está limpa. – estava quase entrando em desespero ao checar novamente as horas. O pior que não passava nenhum outro táxi pela rua. – Minha cabeça está começando a doer. Você pode me levar para casa?
- Para casa? – perguntou. – Não seria melhor o hospital? Acho que você ralou o joelho também.
- Eu quero ir para casa. Você pode ou não pode me levar? – retruquei lentamente cada palavra, no ápice da minha impaciência.
- Tudo bem. Vamos. – enfim concordou, tomando um gole da coca-cola, dirigindo-se ao seu táxi enquanto eu o seguia, suspirando de alívio. – Onde você mora? – perguntou ao abrir a porta do banco traseiro para que eu entrasse.
- Er… aqui o endereço. – entreguei-lhe um pedaço de papel que estava escrito o endereço do local onde eu faria o teste.
- Beverly Hills? Humm. – ele disse, olhando para o papel, dando outro gole na coca-cola. – Você não sabe de cor o endereço de sua própria casa? – ele me perguntou, olhando pelo retrovisor. – Nunca vi alguém andar com o endereço de casa escrito num papel. – ele riu, colocando o endereço em cima do assento a seu lado e dando uma mordida no sanduíche.
Sério que terei que esperar ele terminar de comer?
Bufei.
- Sei lá. Muita coisa pode acontecer, não é? – disse a ele. – Por exemplo, se eu tivesse batido a cabeça no chão ainda agora com a queda e perdesse a memória? Como poderia dizer a você agora onde moro? – olhei para o relógio mais uma vez.
- Você não acabou de dizer que tinha batido a cabeça? – perguntou o velho.
Certo. Eu não vou me irritar. Eu não vou me irritar. Mas esse homem está fritando com a pouca paciência que ainda me resta. Enquanto ele está aí sentado em enchendo de perguntas idiotas os minutos estão correndo e Beverly Hills ficando cada vez mais longe.
- Você vai me levar para casa ou vai ficar me enchendo de perguntas? – fui obrigada a rebater, tentando não controlar a minha irritação.
- Desculpe. – disse ele, colocando a lata de coca-cola no compartimento para copos, e dando uma última mordida no sanduíche. – Bom, talvez demore um pouco para chegarmos por causa do trânsito. – ele ligou o carro. – A propósito, você tem dinheiro para pagar a corrida, não é? Sei que te ajudei, mas não fui o responsável pela sua queda. E esse é meu trabalho.
Não acredito que ele está me perguntando isso.
- Claro que tenho. – resmunguei ultrajada. Que tipo de pessoa ele pensava que eu era? Que insulto!
- Ótimo. Agora ponha o cinto. – esbravejou o taxista com um sorriso no rosto, colocando o carro na pista.
O velho dirigia como um louco. Não respeitava os limites de velocidade, ultrapassou vários sinais vermelhos e fazia manobras perigosas nas vias públicas. Eu deveria estar adorando. Claro que seria ótimo ele correr tanto assim, isso me daria chance de chegar a tempo para fazer o teste. Mas eu queria chegar lá viva.
Ele jogava o táxi de um lado para o outro, ultrapassando outros carros, fazendo-me sacudir de um lado a outro do assento na parte traseira. Até bati com a cabeça no teto do táxi por várias vezes. Além do mais ele tagarelava mais que a minha mãe quando ela estava dando seus sermões, ou fazendo algum interrogatório. Numa determinada hora, eu já nem ouvia mais o que ele falava, começando a me sentir enjoada. Talvez porque eu não comera aquela manhã, e o solavanco dentro do carro estava me dando um embrulho no estômago.
- Eu adoro essa profissão. Desde que era menino adorava correr. – ele riu. – Você dirige? – perguntou.
- Sim. – murmurei.
- Você não parece ter idade para possuir carteira, possui? – antes que eu respondesse, ele continuou. – Você tem carro? Porque parece que todo mundo nesta cidade tem um. A maioria das viagens que faço geralmente são turistas ou…
Não ouvia mais o que ele falava. Sentia minha cabeça girar ao mesmo tempo em que tentava me manter lúcida, sentindo aquele gosto ruim na garganta.
Acho que estava vindo.
- Você me ouviu? – ele me olhou pelo retrovisor. – Garota, você está ficando branca! Está enjoada?
- Sim… – balbuciei.
- Segura aí. Não vai vomitar no meu carro, hein? Vou acelerar mais um pouco para chegarmos logo no seu endereço.
- Não acelera! – tentei impedir, mas já era tarde demais.
Não sei como aconteceu. Só sei que a vontade de vomitar era tão insuportável que quando o taxista acelerou, sacudindo minha cabeça para frente, foi inevitável botar tudo para fora ali mesmo.
O velho, desesperado, parou o carro num acostamento, tentando me tirar de dentro proferindo resmungos e reclamando do mau cheiro. Tive pena dele, devo admitir. O carro estava agora com um cheiro horrível. Mas o que eu poderia fazer?
Sem falar nada, consegui me desvencilhar do vômito no piso do carro e com a ajuda dele, que abrira a porta e estendeu a mão, saí do carro. Quando me libertei de suas mãos, disparei para o canto da calçada. Estava tão mal que nem me importava que estivesse diante de olhares de várias pessoas que passavam no local. Tirei a jaqueta que eu usava para limpar a minha boca.
- Qual o seu problema? Por acaso você está grávida?
Coloquei uma cara feia para ele.
- Não se ofenda. É porque a minha esposa ficou exatamente assim quando engravidou dos meus filhos. Não podia entrar no carro que vomitava tudo que comia. Era tão nojento. E o pior que eu tinha que limpar, e às vezes eu acabava vomitando por cima, porque o cheiro era…
- Pare! – gritei, cortando-o. – Daria para você calar essa sua boca e me levar para Beverly Hills nesse exato momento seu velho tagarela? – explodi. É Ele tinha conseguido me fazer perder a paciência.
- Do que você me chamou? – ele franziu o cenho.
Fechei os olhos e respirei fundo.
- O senhor poderia por gentileza seguir viagem até o meu local de destino? – pedi com um sorriso falso.
- No meu carro de novo? De jeito nenhum. Você já vomitou tudo, agora eu terei que levar o carro em um lava a jato, porque eu ainda tenho que trabalhar o restante do dia e…
Olhei o relógio enquanto ele falava. Dez minutos. Eu só tinha agora dez minutos para chegar.
Suspirei e olhei para o interior do carro, vendo que ele deixara a chave na ignição. Era uma loucura, eu sei, mas o meu desespero era maior naquele momento. Então, não pensando duas vezes, disparei pra dentro do carro, o liguei e deixei o taxista gritando na calçada enquanto via o seu carro se afastando comigo dentro. Ele já me fizera perder tempo demais. Agradeceria a Charlie depois suas aulas de direção.
Abri a janela ao máximo para sentir a brisa, tentando não inalar o cheiro do meu vômito ainda forte. Faltavam poucos minutos e eu deveria estar ainda muito longe. Tentei esquecer as horas e concentrar-me na estrada. Fora quando senti algo vibrando em meus pés. Olhei rapidamente para baixo e notei que era um celular. Após olhar rapidamente para frente, estiquei o braço e o peguei.
- Alô? – atendi hesitante.
- Sua malandrinha. – ouvi a voz irritada do taxista do outro lado da linha. – Volte imediatamente com meu táxi se não quiser encrenca com a polícia. – berrou.
Desliguei o telefone em seguida, nervosa de repente. Sei que era errado, e que poderia me dar mal. Mas não tive alternativa. Verifiquei as horas, vendo que eram onze horas, ou seja, a hora do teste. O local não era muito longe daqui, eu deveria chegar em dez ou quinze minutos. Chegaria atrasada, obviamente. Colocaria culpa no trânsito, e agora só me restava torcer para eles aceitarem as minhas desculpas e permitam que eu faça o teste.
Parecia o plano perfeito. Eu só não contava com a polícia no meio.
O taxista, vendo que eu não atendia suas várias chamadas, mandou-me uma mensagem de texto.
Chamei a polícia. Você se deu mal.
Oh, não!
Minha respiração estava errática e minhas mãos começaram a suar.
- Só mais umas quadras Bella. Você larga o carro em qualquer lugar e ninguém vai saber que fora você quem roubou o táxi. – tentava me convencer.
Fora nesse momento que ouvi sirenes de carro de polícia. Afundei o pé no acelerador e segui em frente. Estava a poucos metros do local, não poderia dar errado agora. Corri como pude e olhei o relógio. Onze horas e dez minutos. Faltava apenas uma quadra. Virei à esquerda, fui em frente, virei à terceira esquerda e deixei o táxi na esquina. A rua era a da frente, eu iria a pé. Não ia me comprometer, estacionando o táxi na frente do estúdio onde os testes aconteceriam.
Desci do carro, fechando a porta. Olhei para os lados, checando se havia alguém me observando ou algum carro de polícia. Mas aparentemente estava tudo limpo, apenas o barulho de sirenes ao longe se aproximando. Corri antes de ser pega em flagrante. Quando dobrara a rua, lembrei que tinha deixado no carro o papel que estava escrito o número do estúdio, mas agora não podia voltar. Ao atravessar a rua esbarrei sem querer num casal de namorados que andava por ali, me desculpando em seguida. Aproveitei a situação e perguntei se eles sabiam informar onde ficava o estúdio New Hollywood. O casal apontou para o local, que eu, após agradecer a informação, saí em disparada até chegar nele.
Parei em frente ao estúdio, ofegante. Não acreditava que finalmente tinha conseguido chegar. Tirei da mochila uma pastilha para tirar o gosto do vômito e borrifei um pouco de perfume em minha roupa. Quando me preparei para pôr o pé direito no primeiro degrau, mãos puxaram-me pela gola da camisa. Virei-me, dando de cara com dois policiais.
- Roubo de táxi, hein? – falou o bigodudo.
- Você vai nos acompanhar, mocinha. – disse o outro, segurando um pedaço de papel nas mãos.
- Ah, não. – lamentei.
Era o papel que eu tinha escrito o endereço do estúdio e deixara no carro. Eu deveria ter voltado. Não seria difícil me achar depois de eu ter deixado pistas.
Fui parar numa delegacia por roubar um táxi. Por sorte, o delegado era um velho amigo do meu pai, ou as coisas poderiam ter ficado bem piores. Por sorte, o taxista foi compreensível e não prestou nenhuma queixa contra mim. Renée chegara em tempo recorde após receber minha ligação. E Então fui liberada.
Voltei para casa e sentei-me no sofá da sala. Pronta para ouvir um sermão da minha mãe, que estranhamente não falara nada durante todo o caminho. Sem falar Charlie, quando este chegasse mais tarde após o trabalho. Enquanto esperava, Rose apareceu pela porta, vindo da escola, sorrindo. Aposto que ela já sabia.
- Bella, o que deu em você? Roubar um carro? – perguntou minha mãe, após se sentar no sofá da frente.
- Não estou louca. – falei com a minha voz mais calma. – Ainda. – completei.
- Quem é a adulta agora, hein? – perguntou a minha irmã, com um sorriso debochado nos lábios, se sentando ao lado da minha mãe.
- Mãe. – suspirei. – Estou cansada, passei horas naquela maldita delegacia. Vou me deitar. – disse me levantando, mas ela segurou meu braço.
- Ah, não vai não. Precisamos conversar Bella. Senta. – sentei-me novamente. – O que está acontecendo com você, minha filha? Desde que contamos que pretendíamos nos mudar para Sacramento que você está agindo diferente. Não conversa com mais ninguém, não se senta mais à mesa conosco, está agressiva, irritada com o mundo. Você não é assim, Bella.
- Ela só quer aparecer, mãe. – provocou Rose, colocando os dois pés em cima da mesa de centro.
- Olha aqui, sua idiota. – fiquei de pé. – Você foi a primeira a dizer que não queria ir para Sacramento. E agora só porque deixou de agarração com o Dean na esquina da escola, já que ele está com outra, e em toda a escola não se fala de outra coisa que você resolveu mudar de idéia. – disse aos berros, apontando o dedo na direção dela.
- Rosalie Swan, que história é essa? Quem é Dean? – encarou-a Renée.
- Não é ninguém, mãe. É mentira dela, você não está vendo?
- Não é mentira, mãe!
- Mãe, você e o papai sabem que eu só quero namorar quando estiver na universidade. Agora, meu único desejo é terminar o colegial. – Rosalie me ignorou.
- É mentira, mãe. Rosalie já namorou metade da escola. – gritei. – E sabe como ela consegue tirar boas notas? Ela seduz o grupo dos nerds, prometendo beijá-los se fizerem os trabalhos dela e passarem cola.
- Que absurdo! – Rosalie ficou de pé.
- O que foi? Vai dizer que é mentira agora? – provoquei-a. – Eu sei disso, e sei de tudo. Sua melhor amiga, a Marrie, me contou!
- A Marrie? – questionou, incrédula. – Aquela desgraçada. Traíra. Mas eu a pego. Pensa que vai ficar assim? Hoje mesmo vou… – Rosalie parou ao notar nossa mãe a encarando. – Mãe, você não vai acreditar no que a Marrie disse, não é? Ela só está tentando envenenar a Bella. Na verdade ela tem inveja de mim porque sou popular, porque sou loira e ela morena, e porque tenho um corpo mais bonito que o dela.
Rose realmente era loira e bonita. Tinha os cabelos longos, cheios de cachos, claros como os de Renée, os olhos eram azuis claros, mesmíssima cor dos olhos de nossa mãe, além de possuir um corpo firme e curvilíneo, graças à academia. Eu tinha a pele pálida, cabelos lisos e encaracolados nas pontas, no tom de chocolate como os de Charlie, assim como adquiri os seus olhos castanhos. Também era muito magra e desengonçada. Não chamava a atenção. Era muito normal.
- Diga que isso é mentira, Rose? – pediu nossa mãe.
- É sim, mãe. Acredite em mim. Você pode confirmar isso na escola. Minhas notas são boas e todos falam bem de mim, especialmente os professores. Quer dizer, todos não. Menos a Marrie. E eu pensando que ela era minha amiga. – disse se sentando novamente no sofá, de frente para mim, com a expressão mais cínica do mundo.
Só Renée e Charlie mesmo para acreditarem que Rosalie era uma santa. Tenho certeza que ela nem era mais virgem.
- Certo, Rose, vou confiar em você. Mas por favor, não nos decepcione. Se estiver com namorado, nós queremos conhecê-lo. – então ela se voltou para mim. – E quanto a você, Bella – Olhou-me com ternura –, diga o que está acontecendo, minha filha? Estou realmente ficando preocupada. Você sabe que nós…
- Você realmente não sabe o que está acontecendo? – a interrompi. – Você e o papai decidem de uma hora para outra que vão mudar de cidade. Sequer se preocuparam em questionar a minha opinião. E querem saber? Eu não vou. Eu não quero ir! – explodi.
- Bella, você está sendo imatura e eu sei que você não é assim. – comentou minha mãe.
- Eu estou cansada disso. De aceitar passivamente o que vocês decidem. Primeiro foi sair de Santa Mônica para essa casa. Depois que Charlie foi promovido vocês decidiram me mudar de escola e nem sequer perguntaram se eu gostaria de mudar de escola. Isso é muito injusto, eu não queria sair da minha antiga escola.
- Filha, mas foi para o seu bem. Seu e de sua irmã. A escola que vocês estão agora é mais bem conceituada. Sabe disso.
- Eu não me importo com isso. Não me importo se a escola era melhor ou não. Eu só queria ser questionada, ter uma participação nisso. Entende a diferença? – inquiri, mas Renée ficara em silêncio. – Minha opinião não vale de nada mesmo. Eu deveria saber. – disse isso, levantando-me e indo em direção à escada.
- Você está enganada, Bella. – minha mãe ficara de pé. – Sua opinião é muito importante, meu anjo. Foi para o seu bem. Queria que você entendesse.
Parei, e me virei.
- Mãe, por que não tentamos aqui? Por favor? – supliquei. – Papai conseguirá um novo emprego rápido, mesmo que isso signifique que ele vai receber menos que agora. E você também tem seu trabalho de corretora aqui. Além disso, eu não me importo em ajudar vocês com as despesas, arranjando também um trab…
- Não, claro que não concordo com isso. – Interrompeu-me Renée. – Não quero você e sua irmã trabalhando. Seu e pai e eu nos dedicamos anos de nossas vidas para verem vocês em uma boa escola, tirando boas notas e entrando em boa universidade. E é assim que vai ser. Eu e seu pai vamos sempre dar um jeito.
- Que idéia idiota! Eu trabalhando… – desdenhou minha irmã.
- Mãe. Por favor, vamos ficar aqui em Los Angeles. Por favor – implorei.
- Infelizmente não podemos, filha. Seu pai foi admitido esta manhã no jornal de Sacramento. Ligou-me eufórico há poucas horas contando a novidade. Vamos nos mudar daqui a uma semana.

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Então, o que acharam? Quero muitos comentários!!!! Bjos e até smena que vem com o segundo capitulo!



2 Comentários:

Anônimo disse...

Muito legal a fic!
Quero logo o segundo capitulo!
Bjokas...

Alice Cullen disse...

Gostei muito da fic! esperando o proximo capitulo!

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